sexta-feira, 3 de maio de 2013
Madame Pompadour
Jeanne-Antoinette nasceu em 29 de dezembro de 1721, em Paris, numa remediada família burguesa. Era filha de Louise-Madeleine e François Poisson.
Madame Lebon, famosa cartomante parisiense do século 18, não teve dúvidas ao ler a sorte da pequena Jeanne-Antoinette Poisson: um dia, ela seria amante do rei Luís XV. A previsão teve efeito imediato sobre Louise-Madeleine de La Motte, a mãe da menina de 9 anos. A partir daquele dia, ela fez de tudo para que a filha virasse a preferida do monarca. Longe de representar uma desonra, ser amante do rei era conquistar um posto nos mais seletos círculos da nobreza.
Conforme amadurecia, ficava evidente que sua aparência serviria àquele propósito: alta, cabelos castanhos lisos, pele sedosa, olhos brilhantes e profundos. Outro traço que a fazia chamar muita atenção eram seus dentes perfeitos – uma raridade na época.
Aos 18 anos, Jeanne-Antoinette era conhecida por sua elegância, sofisticação e beleza.
Não se sabe quando Jeanne-Antoinette e o rei foram apresentados pela primeira vez. Aparentemente, isso ocorreu no início de 1745 .
Mas não há dúvida de que, uma vez dada a chance de seduzir o monarca, a jovem não a desperdiçou. Em 8 de fevereiro daquele ano, o duque de Luynes, cronista da corte, já se referia à nova conquista de Luís XV: uma “bela desconhecida”, com quem ele tinha sido visto dançando em bailes de máscaras. Já em 10 de março, o mesmo cronista informava o nome da jovem, Madame d’Etioles, e confirmava que, embora muito bonita, ela não tinha origem nobre. Isso teoricamente a impediria de ser oficializada como amante – na visão da alta sociedade que acompanhava o desenrolar dos fatos, aquilo poderia render, no máximo, um affair passageiro.
Mas, em pouco tempo, Jeanne-Antoinette recebeu um cômodo para si no imponente palácio de Versalhes, nas cercanias de Paris, onde residia a realeza. Era uma pequena suíte, estrategicamente posicionada perto dos petits cabinets – pequenos aposentos que o rei compartilhava com amigos íntimos.
Em 1763 , Pompadour adoeceu e sua saúde se tornou frágil. Tinha uma respiração difícil e vivia com dores de cabeça e febre. Um ano depois, aos 42 anos, após ficar um mês de cama, ela morreu. Foi enterrada ao lado da mãe, na cripta do Convento do Capuchinhos, em Paris. O rei assistiu discretamente ao cortejo e mostrou sua dor apenas aos criados mais próximos, derramando algumas lágrimas. Com a morte, os bens de Pompadour foram tirados do palácio e guardados em depósitos na capital parisiense. Não acumulou muita riqueza. Em seu testamento deixou pequenas jóias aos amigos. E não se esqueceu de quem deu o pontapé inicial a sua trajetória: a cartomante Madame Lebon foi agraciada com uma boa soma em dinheiro.
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